Mais sobre "Jesus já vem..."




Mais sobre “Jesus já vem”.

Na última viagem aos Estados Unidos, tive oportunidade de conversar com o escritor Peter Youngren, de quem comprei alguns livros e recebi alguns presentes. Um deles, The Sign (O sinal), ISBN 1-895868-12-2, fala muito claramente a respeito do que escrevi não faz muito, e que não é um pensamento novo, que inventei por causa deste livro. Deus já havia começado a trabalhar isso em mim há muito tempo.

Não vou traduzir nem analisar o livro, mas Peter Youngren começa com o título da primeira seção afirmando: “Ele está voltando”. É interessante que, no primeiro capítulo, ele usa a mesma expressão que escrevi: “Ele está voltando… mas quando?” Depois ele discorre sobre o fato de que Jesus estará voltando na última trombeta, no tempo da colheita. Então, a quarta seção do livro é dedicada a “O Sinal”. Nos seus três capítulos, Youngren discorre sobre “O sinal que tem que ser cumprido”, “Dez desafios para antes da Sua vinda” e “Trazei de volta o Rei”.

O que o autor escreve sobre “o sinal” de que queria falar:

“E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, como testemunho a todas as nações, e então virá o fim” (Mt 24.14).

Youngren cita Mateus 24.3b para enfatizar que os discípulos não perguntaram sobre “sinais”, mas “QUAL SERÁ O SINAL da tua vinda e do fim desta era?”. E, bem atento à forma como Deus lida conosco, atendendo ao que pedimos, mas não ao que não pedimos, o texto declara: “temos que admitir que Jesus respondeu o que os discípulos perguntaram, não o que eles não perguntaram”. E eles não perguntaram “quais os sinais”, mas “qual O sinal”. O livro também lembra que Jesus havia começado a responder mencionando muitos eventos mundiais: fomes, pestes, terremotos, falsos profetas e anarquia geral. Tudo isso foi classificado por Ele como “o princípio das dores”, e então acrescentou: “mas ainda não é o fim”. O que Ele relacionou foram acontecimentos precedendo a aproximação do fim, mas não o fim em si. Só então Ele respondeu à pergunta exata que os discípulos haviam feito: “qual O sinal da tua vinda”.

Não foi por acaso que Deus me dirigiu a fazer contato com Peter Youngren. Nós dois entendemos a questão da volta de Jesus (começando pelo arrebatamento) de maneira bem parecida:

Por mais que hoje em dia esteja ocorrendo uma aceleração, através da internet, ainda há bilhões de criaturas que não conhecem Jesus. Por quê? Porque NÃO CUMPRIMOS AINDA o “ide e pregai” (e menos ainda com os sinais seguindo). Por exemplo, Youngren conta como, ao visitar a Índia, visitava vilas em companhia de um intérprete e perguntava a quantos pudesse se tinham ouvido falar de uma pessoa chamada Jesus. Apesar de algumas pessoas responderem que era um professor, mas que nunca tinha estado lá, a grande maioria nada sabia sobre Ele – nem sequer tinha ouvido aquele nome antes!

Peter Youngren começa o 16º capítulo lembrando que, como cristãos, entramos no século XXI com um enorme desafio: o de cumprir a “Grande Comissão”, o “ide”. Mas, da mesma forma como a aproximação do ano 1.000 trouxe grande histeria aos cristãos, pois acreditavam que Jesus viria imediatamente, mas quase ninguém se importava com o destino das centenas de milhões que nunca tinham ouvido falar do Senhor como Salvador, o mesmo ocorreu em torno da virada do segundo para o terceiro milênio. Aumentou a histeria e, durante décadas, quem tinha pouca profundidade na Palavra se ocupava apenas de dizer que “Jesus já vem, e não há tempo para fazer mais nada”.

 O pior é que não melhorou muito depois que o ano 2.000 ficou para trás, mas as coisas também não estão muito melhores que ao redor do ano 1.000. Naquela época, havia pouco mais de 200 milhões de pessoas sem Jesus. Hoje há talvez 1,5 bilhão de salvos, porém há uns 6 bilhões perdidos!

E agora pergunto eu:

Ei, TU, aí, que te preocupas apenas em safar a tua pele! O que estás fazendo em favor desses bilhões de infelizes? PARA de preocupar-te com a tua vidinha medíocre! Onde está o amor com que Deus mandou amar-nos uns aos outros? Mais uma vez, lembro o que está em Provérbios 24.12 - e que é tão importante que vai aqui em destaque:

Se disseres: Eis que não o sabemos; porventura aquele que pesa os corações não o percebe? e aquele que guarda a tua vida não o sabe? e não retribuirá?”

Em janeiro de 2015 complei 20 anos de aposentadoria. Pela graça de Deus, tenho tido oportunidade de viajar com frequência e poderia acomodar-me lendo, assistindo a vídeos e fazendo longas caminhadas. Mas o que estou fazendo? Sem contar diversos outros cursos que frequentei depois de formado, estou em meio à quarta pós-graduação. Não me perguntes “por quê?”. Pergunta-me PARA quê.

Há décadas o Senhor falou comigo sobre fazer a Sua obra com excelência. Algo que me despertou fortemente foi Jeremias 48.10a (ARA): “Maldito quem fizer a obra do Senhor relaxadamente”, ou “o trabalho desleixado em nome de Deus é maldito” (Jr 48.10 Mensagem), e a King James até nos choca: “Desgraçado o que faz com negligência o trabalho do Senhor”! O versículo lembra Provérbios 18.9 (Bíblia Judaica): “o negligente é irmão do destruidor”, verso que fica muito claro na outra versão: “Tanto o preguiçoso quanto o relaxado são unha e carne com a destruição” (Mensagem). Muitos textos bíblicos exaltam e recomendam a excelência no fazer a Obra de Deus. Êxodo 31.3 registra que Deus encheu homens do Seu espírito de sabedoria, entendimento e conhecimento para as obras do templo; Daniel tinha um espírito excelente; a excelência da sabedoria é que dá vida a quem a tem; o Pregador recomenda excelência no que tivermos que fazer (Ec 9.10), etc.

Ao longo dos anos e décadas, venho testemunhando que a maioria dos crentes não se comunica corretamente. Pior, a maioria dos que ousam publicar escreve de maneira lamentável – sem observância de normas, sem foco e sem clareza – e isso quando não lhes falta até conhecimento bíblico e mensagem!

A Bíblia diz: “se a trombeta der som incerto, quem se preparará para a batalha?” (1Co 14.8). Em outras palavras, se os salvos escreverem de modo que as pessoas não entendam direito, quem será edificado, fortalecido, reconciliado ou salvo? Por isso, Satanás é o maior interessado em que pessoas efetivamente convertidas não escrevam seus testemunhos nem as coisas que Deus inspira. Conheço uma professora a cujo coração Deus inspirou, há anos, para escrever um livro sobre “A outra Madalena”, mas Satanás a tem mantido na negligência e envolvida em relacionamentos espúrios, a fim de acusá-la e torná-la inútil, como um descarte – que só se preocupa com a vinda de Jesus no sentido de, por misericórdia, não ser deixada par trás!

Existe algo pior que isso no meio cristão?

Existe! E é isso: são milhões os filhos de Deus que poderiam ser úteis naquilo que Deus pôs no coração deles, mas se acham pecadores, ou não se acham dignos, etc.

Ora, ora, ora! Pecadores todos somos! 1Jo 1.1-10 e 2.1-2 são textos escritos para nós!

Alguém se acha digno? Pois esse mesmo é que não é! Precisamos ter consciência da salvação, do perdão e do resgate. No entanto, se pecamos, devemos imediatamente confessar (1Jo 1.8-9) e crer “naquele que justifica o ímpio” (Rm 4.3), crendo também em 1Co 1.30-31 (“o qual se tornou para nós sabedoria da parte de Deus, e justiça, santificação e redenção”, para que “aquele que se gloria, glorie-se nele”), 2Co 5.21 e muitos outros.

Tenho-me dedicado a ajudar os escritores evangélicos e aquilo que fazem, não apenas como escritor e tradutor, mas principalmente procurando revisar revistas e livros. Mas, nesta área também, “a seara é grande e poucos são os trabalhadores”.

Minha preocupação com a vinda de Jesus não é mais pensando em mim. Penso primeiro nos bilhões de necessitados, que precisam ouvir que Jesus é o Salvador e o Senhor. Penso no dia em que Deus levantará um movimento em que “estes sinais seguirão os que creem”. Enquanto isso não acontecer em massa, não estará cumprido “o sinal” que Peter Youngren mostrou como O SINAL de chegada do fim, porque foi Jesus quem disse:

“E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, como testemunho a todas as nações, e então virá o fim” (Mt 24.14).

Enquanto eu viver, meu esforço será para que a Obra de Deus seja feita com excelência. Posso mudar o mundo? O mundo todo não! Mas posso mudar o mundo que me cerca! Posso mudar o mundo ajudando aqueles que estão ao meu redor a fazer a Obra do Senhor com todas as suas forças. Por isso estou aprendendo, na PUCPR, no curso de especialização em Desenvolvimento Editorial. PARA QUÊ? Para que, como parte do meu chamado ou missão de vida, possa empenhar-me em motivar os que escrevem a fazer o melhor que estiver ao alcance deles. Posso colaborar para a melhor produção de livros de qualidade em quantas editoras for possível exercer influência. Posso escrever melhor, fazendo “o som da trombeta soar certo”.

E tu, meu filho, minha filha? E tu, irmã e irmão? Esperando o quê?

Não sei quanto a vocês, mas estou decidido que, até o meu último respirar, tudo que eu fizer será para qualificar-me de acordo com Mateus 24.45-46 (BKJ):

“Quem é o servo fiel e sábio, a quem o Senhor confiou os de sua casa para dar-lhes alimento no devido tempo? Feliz aquele servo a quem o seu Senhor, quando voltar, o encontrar agindo dessa maneira”.
 



 




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

"JESUS VEM, MAS NÃO SEI SE VOU SUBIR"

Segredos de tio Jó - músicas tristes

Fevereiro – do luto ao amor