A UTI e os anjos
Nos dias em que minha metade foi repentinamente para a UTI
do Hospital Santa Cruz, a milhares de quilômetros um pastor teve a visão de que
havia três anjos permanentemente. O pastor chorou muito, durante a visão, porque
de vez em quando um deles olhava para o relógio.
De fato, Deus mostrou as coisas certas. Cuidada pelos anjos,
ela não sofreu.
Mas havia um quarto anjo, e este não estava na visão. Era
encantador. Durante todo o tempo de sua escala, esteve ajudando, cuidando,
medindo pressão e temperatura, etc. Ao amanhecer, ali estava. Ao meio dia,
intervinha outra vez. Ao entardecer, pegava seu paciente e aplicava os cuidados
necessários. E à meia noite, quando nenhum ser humano aguentava o cansaço, o
anjo incansável voltava para cuidar dela. Só ficava invisível quando seu
cuidado era destinado a outrem.
Lembrei-me da bonita série “Toque de Anjo”. Nela, diversos
anjos atuavam. Tess, como uma mulher forte, de pele escura e rosto redondo, era
a chefe. Um outro, sob a forma de uma mulher jovem, alta e magra, tinha outra
missão. E o anjo mais forte, um rapaz de cabelos loiros, era quem pegava as pessoas
pela mão, no fim da viagem, e as conduzia para o céu.
Não é a eles que me refiro. Refiro-me a um anjo que não estava
na visão do pastor. Era incomum, mas tinha poder muito limitado.
Este anjo sabe tudo sobre como cuidar de um ser humano e aliviar
o sofrimento. Tem defeitos e virtudes e em suas vestes brancas não se destaca. Pelo
contrário, parece um ser comum. Mais baixa que eu, não parece gorda nem magra. Ao
mesmo tempo sofre e se alegra. Cansa e descansa, e só relaxa quando sua escala
termina.
Parece incansável, mas tem fome e sede, sorri e também passa
por tristezas, ama e se sente feliz por ser amada.
Os três anjos mais fortes não precisam disso e nem disseram
seus nomes.
Aline, o quarto anjo, é muito diferente. Seu amor será
recompensado pelo amor.
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